Uma equipe
guerreira e centrada, juntos preparamos mais de 700 refeições, que foram servidas gratuitamente no Sertão. Agradecemos a cada um que participou, cooperou,
enfim... quem esteve junto, com o coração na causa. Joana D ´arc Henzel – Idealizadora da ONG Pão é Vida.
Percepções de quem participou do Natal com Mesa Farta 2017.
No livro "Os Sertões", de Euclides da Cunha, ele disse: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte". Hoje, em muitos momentos, essas palavras marcaram o meu dia na zona rural de Inajá-PE, Sertão do Moxotó, mais precisamente no sítio Baixa II, umas das regiões mais pobres e esquecidas do Brasil, área de atuação da ONG PÃO É VIDA.
No livro "Os Sertões", de Euclides da Cunha, ele disse: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte". Hoje, em muitos momentos, essas palavras marcaram o meu dia na zona rural de Inajá-PE, Sertão do Moxotó, mais precisamente no sítio Baixa II, umas das regiões mais pobres e esquecidas do Brasil, área de atuação da ONG PÃO É VIDA.
Foi
realmente um dia incrível na companhia de minha esposa, Arnaldo Xavier, Marta
Ramos, Paulo Batistela, e de um casal Incrível, Ronaldo e Joana D'arc Henzel;
eles trabalham duro plantando o bem e fazendo acontecer oportunidades de
melhoria na qualidade de vida de muita gente que tem muito pouco ou quase nada.
Detalhe, fazem acontecer naquele tipo de lugar que: apenas os fortes
sobrevivem.
O dia me
fez lembrar também uma frase da escritora Clarice Lispector, que certa vez
escreveu: “Ser feliz é uma responsabilidade muito grande. Pouca gente tem
coragem”. O casal Joana e Ronaldo escolheram a responsabilidade de ser feliz
trabalhando duro pela felicidade de muitos sertanejos sofridos e esquecidos
pela maioria. Bruno
Bezerra – ONG Bichos da Caatinga.
- Era cedo
ainda, talvez 8h, 8h30 da manhã, e as Caminhonetes D20 começavam a chegar no povoado
de Baixas, no sertão do Moxotó, município de Inajá, interior de Pernambuco.
Lotadas, com pessoas viajando até mesmo no teto. Famílias inteiras vinham para
uma celebração de Natal.
A ação
ocorre há sete anos. Além do almoço, galinhada, arroz, feijão, macarrão e
salada, são distribuídas cestas básicas e brinquedos. Mais de seiscentas
pessoas beneficiadas todos os anos. É dia de festa, vem gente de muito longe
para participar do Natal com Mesa Farta.
Na cozinha
da ONG PÃO É VIDA, seis mulheres se desdobravam para preparar as mais de 600
refeições. Do lado de fora, outros voluntários corriam para separar brinquedos,
montar a cama elástica, carregar água para o pavilhão da igreja da comunidade.
Este ano, o número de voluntários reduziu consideravelmente. Pelo menos um
terço deles viria do Recife, mas muitos estão com salários e décimo terceiro em
atraso e não tinham recursos para pagar o transporte até o Povoado. O jeito foi
a turma que veio de Santa Cruz do Capibaribe enfrentar o desafio de deixar tudo
pronto.
Mais e
mais pessoas chegavam. Crianças surgiam de todos os lugares em seus jeguinhos.
Ao meio dia, havia um "estacionamento de jegues" na caatinga seca.
Pessoas e animais eram de fato castigados pelo Sol. Essa é a realidade do
Sertão.
Só que era
dia de festa. Era dia de Mesa Farta, e as pessoas estavam felizes . É uma data
muito aguardada. A temperatura subindo, gente chegando. Correria que não
acabava. Chegou um momento em que ninguém mais sentia o Sol, o calor. Apenas
trabalhava.
As 14h em
ponto o almoço começou a ser servido. Uma fila enorme se formou. Muitos idosos,
muito mesmo. Me lembro de ter parado na porta da igreja para observar . Se você
pudesse ver o que eu vi. Se pudesse encarar aquela pele judiada do sol, aqueles
corpos magros, aquele olhar da idade que chegou. Saberia o que eu senti e sinto
há dois meses.
O tempo
não pára. Mas aqui parece andar rápido no envelhecimento e lento nos dias de
seca. Já são sete anos, e a chuva não tem pressa de chegar. Não mesmo. A espera
pelo almoço valeu a pena. A refeição feita com muito carinho estava ótima.
Com poucos
recursos, os voluntários dão seu melhor, mas algumas coisas são impraticáveis.
Lugar para sentar e comer ? Não teve dinheiro para esticar uma tenda, colocar
mesas e cadeiras. Porém teve para o mais importante, comida. Logo, o almoço era
de pé, ou sentado ao lado de alguma cerca. No Sol. Ele sempre está presente.
O passo
seguinte da Festa de Natal dessas famílias era encarar mais uma fila para pegar
a cesta básica. Um presente de significado. Mais um mês com alimento
assegurada. No dia de Natal e de Ano Novo, arroz e feijão estão garantidos.
Amém diziam algumas senhoras ao receber sua "Feira".
Uma fila
para as mamães com seus bebês no colo. Uma fila para o resto. A espera não foi
longa, mas a fila era grande. Senhas foram distribuídas, famílias cadastradas.
O objetivo é ter o contato para que nos cursos de capacitação de agricultura
elas sejam convocadas. Também é uma forma de saber quantas são as famílias em
vulnerabilidade social neste pedaço de Sertão. O número é alto.
... Ajudei
naquilo que pude, não fiz muito, mas fiz de bom coração. Também observei o dia
em que Baixas se tornou o centro da região. Todos com suas melhores roupas,
suas sombrinhas mais bonitas, para um dia de Mês de Natal {...}
Qual é o
meu problema?... Honestamente? Ter demais. Neto Rodrigues - Jornalista Curitibano.
- Pois estou com vocês Joana D'arc Henzel é Ronaldo Henzel, desistir jamais, é continuar persistindo Sempre com Deus no controle. Juntos - ONG, Parceiros, Voluntários e Amigos! Assim será nossa Jornada Sempre. Mesmo enfrentando Obstáculos! Roseane Feitoza - Voluntária da ONG Pão é Vida
- Sabe aquele dia que você reflete sobre a vida? Sobre o quanto a criança nos ensina... Reflete e fortalece o seu pensamento que a felicidade não está em o quanto temos...Mas no que podemos ser feliz com o que existe.... O dia de hoje me mostra o quanto nós NORDESTINOS somos fortes ... que o calor não está apenas no nosso clima, mas também ele é muito forte dentro de nós ... e ver isso através da criança, não tem como não ter um DIA FELIZ.
Arnaldo Xavier – Empresário fundador da Rota do Mar.
Nós que fazemos a ONG Pão é Vida, agradecemos a cada um que cooperou com a ação: Natal com mesa Farta 2017. Foram entregues 421 cestas de alimentos, servidas gratuitamente, cerca de 768 refeições (adultos e crianças e voluntários). Finalizamos pontuando que, gostaríamos de ter uma estrutura melhor, mesas, cadeiras, tendas para proteger as pessoas do sol...vivenciamos a situação real, e não ideal. Oferecemos no evento, o que foi possível. Ninguém pode oferecer o que não está a seu alcance. Gratidão ao jornalista, Neto Rodrigues, por seu texto tão rico, e que pode nos levar a refletir sobre a vida, valores...
Comentários
Postar um comentário